quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Estudo


Diário  da pratica de exercicios e de reflexões nos encontros com Ana Kfouri e inspirada em Novarina «.
Por Lazuli Galvão



"As 13hrs intuitivamente meu corpo se isola da dança e minhas mãos vem escrever sobre a inércia do papel branco. Risadas, gestos, carinhos, o levar da vida como um extase passaram dentro dos meus orificios.
Senti a saudade do orgasmo. Dancei e vi que chorar é quase rir. gargalhar é quase chorar. Provei que as duas sensações em exaustão se concluem com o gozo do relaxamento.
Inevitavelmente como as letras descorrem por essas linhas, a  musica é a grande aliada  na criação do estado físico, mas só a disponibilidade é capaz de trazer o ceder do momento. A coragem de se entregar e de produzir as sensações. Juntar a vontade de produzir com a produção em seu momento presente. Rir do medo e do fracasso. Rir da vida que passa. Relembrar a doçura da alegria de estar no presente, aproveitando. Deixando o corpo respirar. viver."

"Quando todas as barreiras são quebradas a partir do toque, o cheiro, o suor, dança dos corpos que naturalmente se rejeitam e se atraem em contra e a favor.  Com a experiencia demos ao outro a permissão de acesso, acesso ao despudor e ao invisivel. O sentido no escuro. o sentiro o outro na escuridão e sem ser voce.
sendo corpo.
sendo, só sendo.
E dividindo. Permitindo o contato com o semelhante nu. Dançar com o outro e desafiar seus pudores. Ficar na solidão à dois. Onde tudo é perimitido, basta a abertura dos sentidos. O maestro somos nós, dos nossos corpos. As vezes encontram-se, as vezes repelem-se. A solidão e o apoio no outro. O ímpeto.
O lugar intocável, tocado."


"Quantos corpos nus. Intimidade, desapego e suor. O vento corta e ultrapassa o calor, a fome. Sinto insandecidos meus momentos, minhas iniciativas passam a não depender mais de minha vontade unica e exclusivamente. O outro comanda, também tem voz, voz no corpo, voz na alma, o comando do ritmo. Do dançar o som no espaço, ocupando o espaço do outro, amando o próximo.
O chão escorrega, os corpos escorregam, as iniciativas são escorregadias.
um no outro, o outro no um. a dança da solidão.
Respiração negada, e asfixiada. Despudores do nada. 
Aproximaçãodo desconforto, do difícil. Aprofundei-me no buraco vazio daa solidão à dois. O exercício é de doer.
Eu estive de olhos abertos, não senti muito prazer e conforto com as mulheres. Achei mais facilidade nos corpos masculinos. As mulheres, o meu corpo, desconhece.
Com ritmo, desenvoltura e confiança. Coragem de invadir a propriedade alheia e de tocar onde naturalmente surge o gesto vindo da intuição.
É impessionante como as partes íntimas são sagradas."


"Lazuli
SOLTA BONITA 2X, MAGRA 2X, RÁPIDA, RAIVA, RICA, ESPECIAL, IMPULSIVA.

 Quando à primeira vista o transparecer. O corpo somente dito, por assim dizer.
nada de dicas, só o conviver, o trabalhar, o renascer.
Quando me fechei no meu defeito vergonhoso, chorei. me desesperei de sentir algo ruim, algo que posso abominar e por pessoas que eu gosto e torço. mas há sentimento que não é feio em mim.
Quando a coisa tem o significado positivo nem sempre será interpretado como um só valor. Uma opinião positiva pode ser dançada com pesar e os sentidos mudam a estrutura do corpo, dos musculos.
Eu fui habitada pelo silencio e ouvi as qualidades e brinquei com elas.
No sofrido, me entreguei aos prantos na solidão de saber o meu defeito e trabalhar  para que ele seja digerido e não sofrido. A sofisticação do gesto."


"Hoje eu me permiti ser a última a sair. Dançar realmente a solidão.  Ter a sensação do dançar para o nada. O choro do apelo da solidão. a necessidade do calor do outro. O medo do sensivel, do bruto. O calor dos corpos, e a libertação para toca-los. sentir sem pudor, sem nome. Esvaziamento e preencher a necessidade da pele. Voce sente a pele?"


"A razão quando chega primeiro que o próprio sentimento à saudade dos sentidos.
a sufocação do imposto e o comum diário insandecido.
hoje sinto vazio.
vazado por atitudes que pude ter tido para definir o que é inseguro e suas maledicências. mal sei oque eu escrevo.
aqui ja não sei o significado de nada. "


Desapresentação.