Sofri por não conseguir dar a luz naturalmente ao meu filho. Mas a emoção dele chegando, vindo direto pro meu colo, chorando, gritando com tanta força, e a aliviante anestesia da dor, com o mais puro sentimento de fragilidade e conforto de tê-lo sadio ao meu lado compensaram qualquer infortúnio. Me recuperei muito bem, e viver esse momento da vida foi excepcional. Sem dúvidas, foi o momento mais emocionante e real da minha humilde passagem até hoje!
Comparo a gravidez aos ensaios, e o nascimento à estréia!
No ensaio, todos os estudos, testes e preparação, e na estréia a energia mais viva circulando entre os atores pai mãe e filho. Diretores, médicos. Iluminador, anestesista. Enfermeira, contra regra!... Público família!
E daí todos os cuidados pro espetáculo crescer, não perder a verdade e perceber onde funciona e onde não funciona.
Cuidar, educar e ensinar é tarefa para uma mamãe tanto quanto zelar, alimentar e permanecer para uma atriz. As duas estão em cena e atuando com muito amor, vida e verdade.
O amamentar um filhote, o elo entre as partes, a troca! O olhar refletido, a semelhança! A interpretação do choro, a dedicação intensa para a hora das consultas médicas, das vacinas, que momento da vida! Quantas vezes chorei de emoção!!!!
A transformação da mulher, a queda de cabelo, mudança do corpo, seio, quadril... O desapego com a aparência, e o interesse pelo conteúdo do real valor da existência.
Em um pequeno momento a mãe se sente Deusa, dando a luz a um ser de luz, de alma pura e de paz.
Eu realmente me transformei, virei uma mulher completa. Costumo dizer que preencheu o espaço de incerteza e solidão que existiam no meu coração.
E a atriz... A atriz ta viva. E passou a existir mais intensa dentro de minhas vontades e desejos!
"minha criança,
minha jóia,
minha vida,
meu amor."
Meus sinceros agradecimentos ao fotógrafo rubro-negro Faya Neto.
Obrigada luz celestial por ter colocado esse anjo lindo nas nossas vidas.